Governo deverá estimular projetos
compartilhados entre municípios
e estados e iniciativas intermunicipais
Agência Brasil
A implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), sancionada em agosto e ainda sem regulamentação, terá como
grandes desafios a gestão compartilhada, o prazo para substituição de
lixões por aterros sanitários e a ampliação e melhoria da produtividade
da coleta seletiva. As metas foram listadas nesta segunda pelo
secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio
Ambiente, Silvano Silvério.
O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, José Machado,
disse que a regulamentação da PNRS – que tinha prazo de 90 dias,
contados a partir de 2 de agosto – será concluída até o fim deste
governo e assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O
ministério já tem uma minuta do decreto e está discutindo o texto no
governo e com entidades do setor de gestão de resíduos.
A lei prevê a responsabilidade compartilhada na gestão dos resíduos
sólidos e proíbe a manutenção de lixões em todo o país. Segundo
Silvério, estados e municípios terão até agosto de 2011 para elaboração
de planos de gestão de resíduos. Até 2015 o país terá que ter eliminado
os lixões.
“O esforço inicial é para garantir a implementação de aterros. A lei
dá quatro anos de prazo máximo para adequação de aterros e fim dos
lixões”, disse o secretário durante apresentação no seminário Regulação e
Gestão de Serviços Públicos de Manejo de Resíduos Sólidos:
Aproveitamento Energético do Metano de Aterros Sanitários.
O governo deverá estimular projetos compartilhados entre municípios e
estados e iniciativas intermunicipais, que têm custo operacional
reduzido, se comparados com projetos individuais. Uma das orientações,
segundo Silvério, será a criação de autarquias municipais ou
intermunicipais de gestão de resíduos.
“Queremos estimular a formação de consórcios públicos para gestão,
isso otimiza investimentos e permite planejamento e gastos
compartilhados”, comparou.
Evitar que os aterros voltem a se transformar em lixões por falta de
gestão também é umas das preocupações do governo. Entre as possibilidade
para garantir a sustentabilidade financeira dos empreendimentos estão o
aproveitamento do metano liberado pelo lixo para produção de energia e a
criação de estímulos fiscais vinculados à manutenção dos projetos. “O
país tem que ter uma meta para recuperação de energia em aterros a
partir do gás metano. Os planos [estaduais e municipais] terão que
contar com a perspectiva de recuperar energia dos aterros”, sugeriu
Silvério.
Durante a apresentação, o secretário também apontou a necessidade de
ampliação e melhoria da qualidade da coleta seletiva. Dos 5.565
municípios brasileiros, somente cerca de 900 têm o serviço de coleta
seletiva. E a produtividade é baixa: apenas 12% do que é coletado é de
fato reciclado, segundo Silvério.
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