Roberto Naime*
O uso racional e responsável da água é fundamental para o futuro
da humanidade. O acelerado crescimento demográfico, a mudança de intensidade de
consumo e a evolução do desenvolvimento das atividades antrópicas criam
conflitos e pressão sobre os recursos hídricos existentes.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no século 20, o
uso da água cresceu duas vezes mais rapidamente do que a população. A água
torna-se cada vez mais escassa, ate mesmo no Brasil, que detém de 12% a 16% do
total de água doce do planeta.
A questão muitas vezes não se resume à existência de recursos
hídricos, mas sim às condições de acesso à água. O Nordeste, com 29% da
população, conta com apenas 3% dos recursos hídricos do país, enquanto que o
Norte com 7% dos habitantes, tem 68%. Até na Amazônia, pela precária
infra-estrutura, há pessoas não atendidas pela rede de distribuição.
As condições de saneamento básico também continuam muito
precárias. Saneamento básico é captar, tratar e distribuir a água para o
consumo das populações; recolher e tratar o esgoto doméstico antes de permitir
seu retorno aos mananciais hídricos superficiais e subterrâneos e tratar da
questão dos resíduos sólidos (lixo doméstico). Não adianta a pessoa receber
água tratada e ter péssimas condições higiênicas em função dos resíduos sólidos
mal acondicionados, mal coletados ou mal destinados.
Mais da metade do esgoto produzido no país não recebe tratamento
e é despejado diretamente nos rios, mares, lagos e mananciais. Além disso, o
desperdício de água tratada é muito grande. Só na distribuição, as perdas podem
chegar a 65% do que é captado nos mananciais. A média de consumo do brasileiro
é de 50 litros
por dia, quase o dobro do que a Organização Mundial da Saúde considera
suficiente para uma pessoa. Na verdade nem se sabe o que é consumo e o que é
perda do sistema, com um nível de eficiência muito baixo.
Podem ser implementadas sugestões para evitar o desperdício, e a
contribuição de todos é fundamental.
Banho:
Não tome banhos demorados e feche a torneira enquanto se ensaboa. A cada
minuto, mais de 20 litros
de água vão embora pelo ralo. Coloque um balde embaixo do chuveiro para armazenar a água
enquanto ela não esquenta. Essa água pode ser utilizada para outras atividades
como colocar a roupa de molho.
Caso seja viável, instale redutores de vazão. Eles diminuem a
quantidade de água liberada pelo chuveiro.
Pia do banheiro:
Não escove os dentes ou faça a barba com a torneira aberta.
Não escove os dentes ou faça a barba com a torneira aberta.
Instale aerador ou arejador (dispositivos que liberam ar ao
mesmo tempo que água) nas torneiras da cozinha e do banheiro. Se possível,
prefira o arejador de vazão constante (que faz com que a água saia da torneira
em fluxo contínuo).
Cozinha:
Ao lavar a louça use a bacia ou a própria cuba da pia para deixar os pratos e talheres de molho por alguns minutos, antes da lavagem. Isso ajuda a soltar a sujeira. Não deixe a torneira aberta enquanto os ensaboa. Você estará economizando dezenas de litros de água. Gotejando, uma torneira chega a um desperdício entre 40 e 50 litros por dia, variando conforme a intensidade. Sempre verifique se a torneira está bem fechada e se não há vazamentos. Se puder, use também o redutor de vazão e torneiras com aeradores. Se usar maquina de lavar louça, ligue-a somente quando estiver com toda sua capacidade preenchida.
Ao lavar a louça use a bacia ou a própria cuba da pia para deixar os pratos e talheres de molho por alguns minutos, antes da lavagem. Isso ajuda a soltar a sujeira. Não deixe a torneira aberta enquanto os ensaboa. Você estará economizando dezenas de litros de água. Gotejando, uma torneira chega a um desperdício entre 40 e 50 litros por dia, variando conforme a intensidade. Sempre verifique se a torneira está bem fechada e se não há vazamentos. Se puder, use também o redutor de vazão e torneiras com aeradores. Se usar maquina de lavar louça, ligue-a somente quando estiver com toda sua capacidade preenchida.
Bacia sanitária:
Não use a privada como lixeira e nunca acione a descarga sem necessidade.
Não use a privada como lixeira e nunca acione a descarga sem necessidade.
Mantenha a válvula sempre regulada e conserte os vazamentos
assim que eles forem notados. Quando construir ou reformar dê preferência às caixas de
descargas no lugar de válvulas. Uma bacia sanitária acoplada com caixa d’água
libera apenas 6 litros
de água por descarga, reduzindo o consumo em 50%.
Lavanderia e área de serviço:
Deixe as roupas de molho por algum tempo antes de lavar.
Deixe as roupas de molho por algum tempo antes de lavar.
Use a maquina de lavar roupas com carga máxima.
Evite o excesso de sabão, que aumenta o numero de enxágües
necessários.
Quintal, jardim e vasos:
Não regue as plantas nas horas quentes do dia. Muita água evapora antes mesmo de atingir as raízes.
Não regue as plantas nas horas quentes do dia. Muita água evapora antes mesmo de atingir as raízes.
Molhe apenas a base, e não as folhas.
Aproveite a água da chuva quando puder. Você pode armazená-la em
recipientes colocados nas saídas das calhas para depois usá-la para regar as
plantas. Para lavar a calçada e o pátio, não use mangueira. Use vassoura
e balde, reutilizando a água do molho das roupas.
Construção ou reforma:
Mantenha jardins ou áreas vazadas para que o solo possa absorver a água da chuva. Você estará contribuindo para a reposição da água do lençol freático.
Mantenha jardins ou áreas vazadas para que o solo possa absorver a água da chuva. Você estará contribuindo para a reposição da água do lençol freático.
Lavagem de carro:
Use balde em vez de mangueira. Com a mangueira gasta-se mais de 500 litros de água para lavar um carro. Com balde, o gasto é de apenas 40 litros.
Use balde em vez de mangueira. Com a mangueira gasta-se mais de 500 litros de água para lavar um carro. Com balde, o gasto é de apenas 40 litros.
*Roberto Naime, colunista do Portal
EcoDebate, é Professor no Programa de pós-graduação em Qualidade Ambiental,
Universidade FEEVALE, Novo Hamburgo – RS.
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